Mais um dia que atravessava os mesmos dois lances de escadas daquele corredor branco vazio com paredes já não mais tão brancas, cheiro de desinfetante e luzes fracas. Era o pior momento de seu dia: a chegada na repartição. Todos se movimentavam e falavam ao mesmo tempo e sua cabeça todos os dias estava prestes a explodir. Se sentia um ponto preto, mas não tão preto, minúsculo e quase inexistente em meio a aquelas mesas, paredes e chãos brancos não tão brancos. Se distraía com sua imaginação e se concentrava com o seu estar a parte e já não sabia mais no que pensar. Repetia frases feitas para amigos e já não tinha paciência de inventar sentimentos e emoções. No seu interior apático não ansiava por aventuras e tempestades, apenas por sossego: pensava ser essa a solução para seu fingimento de dor e a sua constante insatisfação.
Na chegada do trabalho andava pelo corredor que começava seu apartamento e parecia que ele jamais acabaria e nunca encontraria nada. Descontava sua solidão em cartelas de dorflex e sentia as costas doídas sempre que deitava. Ansiava por um café, mas nunca queria afastar aquela sensação de cansaço. A dor de cabeça seguia constantemente.
Tentava fugir dos finais de semana. Sem trabalho e faculdade a vida era mansa, mas era só. Ela dizia gostar de ser só, mas fazia parte do seu papel representado. Se afundava nos travesseiros e edredons infantis e fingia não ligar. Ouvia seu interfone tocar e apenas se virava na cama. "Era engano", pensava ela.
Em final de semana chuvoso e frio, buscou tentativas para se livrar do medo, que doía mais que a solidão. Tentou jogar partidas de sinuca, mas as bolas nunca caíam na caçapa. Revirava o bar por diversas vezes atrás de uma companhia qualquer. Era bonita, era notada, mas sempre estava só.
Saiu correndo e se atirou nas gotas que já caiam grossas. Não se importou em borrar a maquiagem, nem em seu penteado desfeito. Ao chegar em casa sentiu as orelhas queimarem e lembrou de ditados sexagenários. Passou um café na sua cafeteira verde, acendeu um cigarro e caiu no sono em sua sacada.
Na chegada do trabalho andava pelo corredor que começava seu apartamento e parecia que ele jamais acabaria e nunca encontraria nada. Descontava sua solidão em cartelas de dorflex e sentia as costas doídas sempre que deitava. Ansiava por um café, mas nunca queria afastar aquela sensação de cansaço. A dor de cabeça seguia constantemente.
Tentava fugir dos finais de semana. Sem trabalho e faculdade a vida era mansa, mas era só. Ela dizia gostar de ser só, mas fazia parte do seu papel representado. Se afundava nos travesseiros e edredons infantis e fingia não ligar. Ouvia seu interfone tocar e apenas se virava na cama. "Era engano", pensava ela.
Em final de semana chuvoso e frio, buscou tentativas para se livrar do medo, que doía mais que a solidão. Tentou jogar partidas de sinuca, mas as bolas nunca caíam na caçapa. Revirava o bar por diversas vezes atrás de uma companhia qualquer. Era bonita, era notada, mas sempre estava só.
Saiu correndo e se atirou nas gotas que já caiam grossas. Não se importou em borrar a maquiagem, nem em seu penteado desfeito. Ao chegar em casa sentiu as orelhas queimarem e lembrou de ditados sexagenários. Passou um café na sua cafeteira verde, acendeu um cigarro e caiu no sono em sua sacada.
sim, tenho dores de cabeça constante,sou viciada em dorflex, esse é o me trabalho, eu adoro o edredon da hello kitty, os corredores apontam a solidão mas isso não é tão ruim, me sinto cansada, mas também já não escondo segredos, quem quiser saber de mim basta me perguntar, nao tenho tanto medo de arriscar, tenho pouco a perder.
ResponderExcluirAdorei a visita, bem vindo a minha vida real, se inventada ou não, é a que eu vivo todo dia, vírgula.
beijos