14 de mar. de 2010

segredo de seus olhos

e a vida girava em linhas tortas, como dizia a canção.
mentia pra mim mesmo que era apenas a cabeça que doía.
disse que andava entediado: mentiras premeditas.
não levantava da cama e sonhava todo o tempo.
andava sempre com fome.
queria ter uma floreira pela casa.
precisava de algo para aguar.
se perdia entre paradas de ônibus e falava o que não devia.
começava filmes e leituras que deixava para trás.
sempre gostara de diversões solitárias,
mas não gostava mais de se sentir só.

1 de mar. de 2010

da volta de silêncios pelo sol e pela lua

desisti do literato,
labuta mais sem cabimento.
com todo esse meu sorriso
não quero a dor como fermento.

versinhos mais desnecessários
aproveito olhares indefinidos
guardo a poesia nos armários
para épocas de frio.

desperdício de metáforas?
as tiro do papel.
não preciso de palavras
tenho visto a lua no céu.

sofrimento demais se chamava amor.
então de que me servia,
se sempre eu o aliava a dor?
ganhei apertos a reviria.

perdi a aposta da graminha.
não fiz meu pedido.
mas já tenho toda a ternurinha
que há tempos tenho desejado.