13 de jun. de 2010

As mulheres da minha vida

MD me ensinou a tornar a própria vida textos literários. Tristes, realistas e carregados de emoção, como a vida deve ser. Descrever fatos de nada adiantaria. O interno acaba corrompendo todas as barreiras de apatia e dureza de coração. A cada novo soco, uma nova dor; a cada dor, uma nova pessoa. Lágrimas são pouco. É de cortar.

CL me mostrou que atos não são nada diante de sentimentalismos em literatura. Banalidades são o objeto-mor desta arte. Até baratas podem compor romances. O trágico se torna cômico e a leitura dá um frio na barriga e uma impressão de se estar ficando transtornado. A paixão faz o mesmo. CL me mostrou que a literatura é como a paixão.

Com a Ana C. não aprendi a viver, aprendi a escrever. Soube que em literatura não precisa de personagens, cenários, diálogos imaginários quando se vive. Passei a para de reclamar da minha vida, mas comecei a me lamentar. Não sou católico e não acredito em confissão, mas, por outro lado, acabei fazendo do papel o meu confessionário e da pena a minha penitência.

OD me falou de forma simples, mas terna. A poesia trazia o sorriso por vezes e a lágrima em outras. Não a abandonaria jamais.

Dentre todas as mulheres da minha vida, devo dar maior importância a HH. Com ela não chorei, não me lamentei, não aprendi a escrever. Dela eu apanhei. Ela me dizia tanta coisa que eu já não sabia se conseguia compreender, em frases sucintas me mostrava coisas tão evidentes que eu não enxergava. Tentei plagiá-la: não consegui. Ficava por dias sem comer e me afundava no copo toda vez que eu a encontrava. Já não me importava mais com meus quilos a menos e nem com o alcoolismo. Precisava desse fulgor que me incendeia em todas as vezes que eu a encontro.

Um comentário:

  1. Contigo aprendi a ler os textos de baixo para cima e ainda fazem sentido. ;D

    ResponderExcluir