1 de jul. de 2010

Por não entender de Jogo da vida

A roleta girava e ele fingia que sua peça no tabuleiro não se movia. Sabia que corria riscos, mas não quis deixar de jogar. Ela propunha um jogo no qual não se objetivava vencer e, menos ainda, alcançar o final do tabuleiro. Ele não conseguia se iludir dessa forma, entretanto não queria mover sua peça. Ela girava e girava a roleta e fingia que não se importava com os movimentos. Ele estava ressentido e frágil e com medo de chegar no Payday e ter que prestar contas. Tentava jogar despretenciosamente, mas a peça dela cada vez se aproximava mais de uma forma tão inevitável. Pediu para andar alguns movimentos para trás, mas já não era mais possível. Só ela podia quebrar as regras e ele observa estático e impotente.
Decidido a deixar o jogo continuar, ele girou a roleta. Embaralhava os números sorteados e movia sua peça mais do que deveria. Ela o colocava no lugar devido novamente. Ele se perdeu e o dia do pagamento chegou: não sabia quanto deveria receber, tampouco quanto faltava, entretanto sentia vontade de depositar todas suas notas no tabuleiro e acabava por perder o controle do jogo. Comprou um carro e deixou um lugar vago. Vagava vago. Espaço Vago. Vago vago.

2 comentários:

  1. Pelo menos nao é aquela compulsiva aposta em corrida de cavalos,e por sorte ou azar a roleta nao girou para andar até aquela casa: Retire uma carta
    a carta do duende verde que diz:
    - volte para o começo do tabuleiro.

    Acho que misturei os jogos! iahiauhiah
    Cuidado, tenha medo .. muahaha

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  2. ótima metáfora - em certos jogos, o prazer é perder.

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