19 de mai. de 2010

O milagre da poesia

Fato: Em uma típica noitada qualquer, encontrei uma menina sentada no bar. Ela parecia entendiada. Me disse algumas coisas e eu achei engraçado. Convidei pra tomar uma cerveja e contei de minhas típicas frustrações. Não eram tão grandes. Ela fingia me compreender. Era bonita. Foi uma boa companhia.

Poética: Noite enluarada e céu estrelado. Típica noite de não se esperar nada, mas acreditar no milagre do coração. A paisagem não deixava por menos. Andava cabisbaixo como os poetas haviam ensinado. Moça de olhos brilhantes e um sorriso disfarçado no canto da boca. Era tédio e recolhimento do coração. Não deixaria de notar. Me contou de suas aventuras, desventuras e venturas. Eu ria e meus olhos passariam a brilhar. Dividíamos melancolias e acreditávamos que os poetas nos salvariam. Tentava prorrogar de todas as formas o momento. Passara a me sentir bem. Eu falava tanto e de uma forma tão despretenciosa. Ela me consolava com seu olhar. Olhos de uma cor que nunca soubera definir. Notava como ela mexia no cabelo e se entregava de uma forma muito reservada. Madeixas crespas. Sorriso bonito. Ternura que eu nunca ousara imaginar. Foram poucos minutos. Eu sonharia diferente.

Sempre pensei que poesia era atribuir significado a pequenos gestos.
Confundia poesia com sentimentos.
Linha tênue?

10 de mai. de 2010

O materialismo sentimental de Marx e a dialética

Tese: Amor
Antítese: Ciúmes
Síntese: Sofrimento

A dialética por muitos anos foi a metodologia em que o materialismo histórico se baseava. Pura falsidade. Duvido que Marx tenha chegado as suas conclusões dialéticas analisando a sociedade capitalista em que se inseria e assim formulado o pensamento socialista. Sabemos todos que Marx era mais um bebum no meio de tantos outros rejeitados pelo seu objeto de desejo.
Marx gostava da sua coleguinha de filosofia. Formulava mil pensamentos vãos e tentava roubar seu coração citando Aristóteles, Platão e até Hegel - que era mais complicado de entender. Ela achava aquilo engraçado, mas morria de paixões pelo melhor amigo de Marx, Engels. Engels era destemido, radical e não era tão idealista. Dizia as coisas na lata, como deveriam ser ditas. Não era um sujeito de muita enrolação. Sabia o que queria.
Marx conheceu o amor. Soube das sensações de amar, das dores de amar, da leveza de amar. Marx conheceu o ciúmes. Sabia que sua colega se daria melhor com Engels, mas a queria para si. Não compreendia como, ao mesmo tempo que a amava, queria que ela fosse sua, mesmo sabendo não ser o melhor. Sua colega dizia que achava Marx engraçado, mas só poderia escolher um amante para si.
Revisitou a obra de Hegel e viu que este havia passado por frustrações semelhantes. Hegel havia se apaixonado por uma fulana de classe superior a sua. Esta era esnobe e não o quis, mas era encantadora. Hegel chamou de dialética seu amor e rejeição.
Por ter ciúmes, Marx acabou pensando em uma solução para o seu problema. Iria elaborar uma teoria em que sua coleguinha pudesse ter Engels e Marx ao mesmo tempo. Ele não a teria apenas para si, mas a teria. Seria uma relação dialética. Mas pensou mais e viu que não deveria ter posse, não precisava de propriedade. Todos deveriam ser amados por ela e amar ela. Esse processo se chamaria de "ditadura dos amados", no qual aqueles que compartilhavam a visão capitalista de querer somente para si o seu objeto de amor, entrariam em conflito com a maioria e seriam vistos como inimigos até chegarmos em uma relação que se chamaria de comunismo, no qual todos podem ter todas e vice-versa. Tentaram aplicar em um grande país frio localizado parte na Europa e parte na Ásia, onde todos precisavam de cobertores para suas orelhas, não funcionou. Numa ilha americana quente, localizada nas proximidades da linha do Equador também foi aplicada, mas a teoria não se cumpriu e apenas alguns tiveram posses de todas as mulheres por serem os barbudinhos de boina mais bonitos.
A aristocracia da época de Marx descontente com esse pensamento roubou seus manuscritos e alteraram todos os trechos que falavam sobre amor para capital. Inventaram uma nova classe para ocupar as teorias de Marx, o proletariado.
Assim surge a teoria de materialismo de Marx.
Entretanto o pensamento entra pra história na forma de dialética. O amor sempre acaba por se contradizer no ciúmes ou na rejeição. Dessa forma, acabamos por gostar de amar mesmo causando sofrimento, mas é um sofrimento que não queremos nos livrar e assim acabamos por cair numa relação dialética. Se o ciúmes entrar na história, fica ainda pior. Tendências psicopatas? Aí mesmo pode-se entender a tal da dialética.
Marx sofreu de amor e acabou por cair no alcoolismo e ter um caso com Engels que o sustentou e o convenceu a abandonar seu amor filosófico. Dá pra entender.

4 de mai. de 2010

por não entender de feeds.

ele testava mil vezes a tal da nova tecnologia.
busca de divulgação, elogios ou algo que o valha.
tentou os feeds.
eternansiedade não conseguia esperar.
sempre foi moderninho e entendeu dessas coisas,
mas a literatura pulou na frente e ele ficou tão desinteressado.
funcionou?

Imaginário revelativo absoluto eterno esquecido relembrado fictício realizado

Ele: - Eu já tive medo do escuro.
Ela: - Eu não sei andar de bicicleta.
Ele: - Tem vezes que quando já deitei e esqueci de escovar os dentes, eu durmo sem escovar.
Ela: - Matei o banho domingo passado.
Ele: - Cheirei o travesseiro no dia seguinte da tua primeira vida aqui.
Ela: - Cheirei minhas mão aquele domingo inteiro.
Ele: - Te comprei um presente, mas fiquei com vergonha de dar.
Ela: - Te escrevi uma carta cheia de frases de impacto.
Ele: - Elaboro coisas bonitas pra te dizer, mas às vezes dá um branco e falo só besteira.
Ela: - Chorei de saudade naquela despedida, mas fingi que foi o filme que passou no ônibus.
Ele: - Senti tua falta e doeu.
Ela: - Sonhei que acordava do teu lado, te liguei, mas desliguei antes de atender.
ad infinitum.