31 de out. de 2010

Como se os advérbios lhe retirassem a dor

Divagava pouco, mas falava de mais por estar alcoolizado. Gritava para que os sapos saíssem de sua garganta e ele pudesse respirar. Impulsivamente.
A ansiedade lhe consumia e não sabia se conseguiria aguentar por muito tempo. Esperava respostas e palavras que não sabia se um dia chegariam. Inseguramente.
O café não lhe descia e pensava na possibilidade de adoçá-lo: uma tentativa vã de adoçar sua vida que andava sem sentindo. Insensivelmente.
Tomava goles curtos como que para disfarçar que conseguiria. Dissimulava sentimentos e pensamentos em palavras vãs. Inutilmente.
Pensava em saltar janela fora, mas lembrara que morava no primeiro andar. Eis que chega um sopro no ouvido e ele se confunde. Tremulamente.

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