9 de out. de 2010

Pintando as paredes do Ser claustrofóbico

Ser me dá claustrofobia. Vou me adentrando tão intensamente e fechando portas do âmago e da alma que perco o caminho aos poucos e o ar cada vez fica mais rarefeito. No meu interior as portas são de vidro e, assim, sou obrigado a ver tudo que se passa ao redor. Já tentei quebrá-los milhares de vezes inutilmente pensando que dessa forma deixaria de ser.
Comprei uma tinta fosforescente e, hoje, comecei a pintar a parede mais interna para que eu não possa mais enxergar o que me cerca. O brilho das cores é tão forte que assim serei obrigado a me manter de olhos fechados para o meu Ser e meus olhos se arderão a qualquer tentativa de espiar. Ainda faltam muitas paredes.

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