23 de jul. de 2010

Os sonhos que impediam de deixar de lado o cheiro que tanto gostava

Sem contar a ninguém, saía para caminhar por lugares já conhecidos sem rumo algum e objetivo previamente decidido. Aprendera a colocar sua dor e frustração nas caminhadas em círculos mesmo sabendo que nada mudaria. Sonhava com imagens confusas, com paixões abandonadas por motivos desconhecidos e saudades guardadas no fundo da gaveta para não doerem mais. Ansiava pelo apego de outrora, o corpo como flor e o cheiro como calor que sufocavam de uma forma que ainda permitiam respirar em instantes necessários. Se enrolava no meio da sua confusão sem querer ouvir nem descobrir nenhuma explicação óbvia ou necessária, apenas transformar um novelo em cachecol de colocar bem apertado no pescoço cheiroso e livrar do frio e de dores que incomodam para engolir.

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