19 de mai. de 2010

O milagre da poesia

Fato: Em uma típica noitada qualquer, encontrei uma menina sentada no bar. Ela parecia entendiada. Me disse algumas coisas e eu achei engraçado. Convidei pra tomar uma cerveja e contei de minhas típicas frustrações. Não eram tão grandes. Ela fingia me compreender. Era bonita. Foi uma boa companhia.

Poética: Noite enluarada e céu estrelado. Típica noite de não se esperar nada, mas acreditar no milagre do coração. A paisagem não deixava por menos. Andava cabisbaixo como os poetas haviam ensinado. Moça de olhos brilhantes e um sorriso disfarçado no canto da boca. Era tédio e recolhimento do coração. Não deixaria de notar. Me contou de suas aventuras, desventuras e venturas. Eu ria e meus olhos passariam a brilhar. Dividíamos melancolias e acreditávamos que os poetas nos salvariam. Tentava prorrogar de todas as formas o momento. Passara a me sentir bem. Eu falava tanto e de uma forma tão despretenciosa. Ela me consolava com seu olhar. Olhos de uma cor que nunca soubera definir. Notava como ela mexia no cabelo e se entregava de uma forma muito reservada. Madeixas crespas. Sorriso bonito. Ternura que eu nunca ousara imaginar. Foram poucos minutos. Eu sonharia diferente.

Sempre pensei que poesia era atribuir significado a pequenos gestos.
Confundia poesia com sentimentos.
Linha tênue?

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