Ando desesperado, bem sei. Sei também e tão bem o exaspero que me conduz a tamanho desespero. Pouco sei como controlá-lo. Falo alto demais e gesticulo teatralmente para expelir todo esse medo que carrego. Ao fitar-te se aproximando, baixei a cabeça para que o semblante atônito estampado em minha face não transparecesse tão claramente. Fingi despretensão em lugar de permitir o instinto animalesco de uivar como lobo ao notar a lua tão evidente. Trouxeste-me uma fita rosa, em contrapartida, que dizia Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas". A ternura demonstrou-se profunda e envergonhei-me diante de tal gesto de apatia. Senti-me desarmado diante do seu encanto. O convite tímido emitiu-se espontaneamente e sorrindo tu me costuraste mais uma ruga. Como bambu verde, vomitava verboarragias tolas tentando externar meu profundo desalento. Não ansiava por palavras de conforto. Queria tocar-te unicamente. Toque este simbiótico para que meu desespero adentra-se teus poros e teu conforto contruísse meu Ser.
Senti-me ouvida
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