23 de ago. de 2010

Sobre o alvo pendurado no seu peito aberto

Sentira seu peito apunhalado mais uma vez.
O sangue escorrera em um filete interminável, uma hemorragia lenta e eterna.
Fizera grande esforço para impedir suas pálpebras se fecharem.
Sentira as pernas amolecerem e desistira de tentar levantar os braços para arrancar a flecha que o ferira.
Da sua cabeça eram arrancados cabelos com apenas um leve sopro de brisa.
Sentira seu peito apunhalado mais uma vez.
Esquecera automaticamente se havia feito qualquer movimento que demonstrasse não querer se ferir.
Não quisera impedir.
Seu sexo adormecera juntamente com sua força para proferir palavras.
O acaso aplicara a ele mais uma armadilha fatal.
Ele desmaiara em um recanto que jamais teve ao seu alcance com um sorriso que demostrava o ápice do seu encontro consigo mesmo, o auge de sua dor e uma certeza que nunca tivera anteriormente.

2 comentários: