23 de dez. de 2009

sempre tive mania do inacabado. sempre gostei mais do tosco, do grotesco. me disseram uma vez que eu deveria colocar título no que escrevo. nunca achei necessário. também me disseram para usar menos pontos e vírgulas. mania de limitações. não gosto do mau-feito, é questão de simplicidade, expressão, "jazz do coração."
outra noite eu dancei uma valsa com meu violão e ele me mostrou mais quatro acordes que eu pensava que não fariam sentido. gosto das surpresas noturnas. "a noite é sempre uma sala de espera."
pode ser efeito das boletas ou da cafeína, mas achava que todo esse alimento fugaz poético lido despretenciosamente não serviria pra nada. não sei me concentrar com a música tocando e aqui ela sempre toca. as vezes agradável, mas normalmente gritaria.
disse que gosto do tosco, não do rangente.
sempre fui desatento. me diziam: "marcellinho, olha pro que tu tá fazendo." engraçado que sempre que tu tem algo engraçado, aparece alguém para tornar sério. já fui triste sem ter motivo algum e achava isso bonito. hoje não deixei de achar bonito, mas cansa.
cortei o cabelo e gostei do espelho. assisti um daqueles filmes enjoadinhos preto-e-branco sem dormir. surpresas do destino.
quis escrever um poema. sempre soei piegas.

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